Há dias em que acordo a sentir um não sei quê, que vem não sei de onde, só sei que dói, não sei porquê. Vasculho o baú das memórias, uma antiga caixa chinesa de madeira que a minha mãe me deu. Fotografias de quando eramos miúdas, a cores, mas vêm de tão longe que parecem a preto e branco. Os pensamentos fluem, flutuam cristalinos, e logo ali, acho-me a olhar para o nada.

Já dizia Julio Diniz que o perfume da saudade é como o de certas flores, que só se percebe quando de longe o recebemos. Se, iludidos o tentamos respirar de perto, dissipa-se.

3 comentários:

Mar Arável disse...

É VERDADE - MAS COMO TODAS - RELATIVA.TODOS OS DIAS CONSTRUÍMOS MEMÓRIAS E AMANHÃS

Anónimo disse...

Ia escrever mas acho que "mar arável" já diz tudo.

clara branco disse...

Acordar com nostalgia, é como acordar com uma dor de cabeça que se prolonga por todo o dia. Às vezes cortamos amarras com amigos e não sabemos porquê.