Postcard from the Netherlands - I

A ausência tem sido longa, trabalho, exames, e entretanto as férias interpuseram-se e o destino foi: Países Baixos. A Holanda, que quanto a mim é um país visto pela sua grande abertura social e tolerância face ao aborto no segundo trimestre, consumo de drogas e homossexualidade, chocou-me exactamente pelo contrário. Um país  repleto de contradições. Se um país é aberto a estrangeiros, então deve integrá-los e não, colocá-los de parte por não falarem a língua nativa. Enquanto nós, os portugueses nos esprememos em gesticulações e estrangeirismos, tentando compreender o outro, o holandês nem sequer tenta compreender. Se se fala o holandês, melhor, senão, azar dos azares, inclusivamente em locais turístico-culturais, altamente recomendados, como o parlamento em Den Haag em que a língua falada era o holandês, sem sequer uma única palavra ser proferida em inglês, a não ser no final um deselegante: “do you have any questions?” Claro que nenhum dos presentes percebeu a explicação, sendo na sua maioria turistas ingleses e americanos. Instaurou-se a revolta entre os presentes.  Retirámo-nos estrategicamente, sendo imediatamente seguidos pelos demais turistas estupefactos. Uma inglesa atrás de mim: “ Stan! oh Stan, they are not understanding anything either, I think i will go with them!” heheheh – ah, triste….

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Den Haag, Parlamento, edifício antigo, já não se encontra em uso.

Ora aí está uma grande falta de identidade, aliás, típica dos países mais recentes. Também denotei um comportamento pouco tolerante, principalmente por parte das pessoas mais velhas (que são mais que muitas, não fosse a Holanda um dos países mais envelhecidos da Europa), no que diz respeito à cor de cabelo. Ora, euzinha, de cabelo negro, encaracolado, a passear-me pelas ruas, foi uma sensação muito pouco cómoda. Já os mais novos, demonstravam uma atitude completamente a oposta, mais aberta  talvez, num misto de curiosidade e deslumbramento. Contam-se pelos dedos da mão as pessoas de cabelo negro que vi pela Holanda, com excepção de Amsterdão.

Bom, arrogâncias e friezas à parte, trata-se de um pais verde, limpo, rico ( sim, os preços são os mesmos, ou mesmo mais baixos que em, Portugal, num país com um salário mínimo de 1264€) que não prima muito pelas altas temperaturas. A temperatura máxima era, em pleno verão, 22-23ºC, e as mínimas desciam, vertiginosamente com o cair da noite, e chuva, muita chuva que era aliás a única constante. A primeira paragem, foi a praia de Zandvoort.

praia de Zandvoort

Este povo deve ser maluco, estava um frio de rachar, para não falar no vento, e lá estavam eles, contentíssimos, na praia, estendidos ao sol, e a banhos!

praia de Zandvoort (2)

Em cima: Praia de Zandvoort.

Em Baixo: Casamento em Zandvoort.

Zandvoort

Próxima paragem: IJmuiden, cidade de emigrantes,  dormir uma noite, e no dia seguinte, rumo a Amsterdão. A caminho, deparámo-nos com uma rapariga, a olhar desolada para o carro, cor de rosa. Pena a fotografia ter sido tirada de dentro do carro. A imagem era cinematográfica.

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Para Amsterdão, fomos de autocarro, e de seguida barco.

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O catamarã está na foto abaixo, já à chegada de Amsterdão.

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A chegada a Amsterdão foi demarcada pela existência milhares de bicicletas. Bicicletas, bicicletas e mais bicicletas! E são tantas que caem nos canais com facilidade, ou são atiradas… Anualmente, retiram-se centenas de bicletas que capitulam na água.

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As bicicletas são o meio de transporte predilecto, gozando de prioridade face aos carros e aos peões. De facto, o país é todo ele plano, com pistas especiais para as ditas, facilitando em muito a utilização deste meio de transporte. Os holandeses, não ligam muito aos carros. Raras eram as “bombas”, que já estamos habituados a ver por cá. Por outro lado, uma boa bicicleta ,constitui um investimento. Roubos, também os há. É precido estar de olho na nosssa “bina”, acorrentá-la, porque há sempre o perigo de não a encontrar no retorno.

Depois de atravessar  a  Central Station,

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Chegámos à Praça Central

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Dam Square, Amsterdão.

to be continued…

5 comentários:

Mar Arável disse...

Pobres e mal governados

antes aqui

na África branca da Europa

bafejada pela natureza

Quanto ao carro cor de rosa

já ando a desconfiar das minhas

no quintal

Bjs

clara branco disse...

Antes aqui, sem dúvida.
Bjs!

Laura Ferreira disse...

Bela viagem!

Carla disse...

Grata pela partilha :)

Unknown disse...

Aguardo a continuidade! Até lá... uma boa continuação...